AUTORES: IVO MARTINS, ANTÓNIO GONÇALVES (ESAP - GUIMARÃES), COLECTIVO ARTÍSTICO LABORATÓRIO DAS ARTES
IMAGEM: DALILA GONÇALVES - CONSERVAR / REGENERAR, 2011 
EDIÇÃO: Centro Cultural Vila Flor     DATA: Janeiro de 2011 





Em 2009, o Centro Cultural Vila Flor e a Escola Superior Artística do Porto - Guimarães iniciaram um projecto
de parceria da qual resultou uma exposição colectiva de jovens artistas portugueses, cujo objectivo é realizar-se
de dois em dois anos. A primeira destas exposições foi influenciada por factores contextuais intrínsecos ao
panorama artístico de Guimarães e sensível à emergência de uma série de artistas vimaranenses ou ligados a esta
cidade, o que acabou por condicionar a selecção final dos participantes na colectiva. O sucesso desta primeira
experiência fez-nos sentir a importância de fazer avançar o projecto, desenvolvendo a relação existente, e
motivou-nos a alargar o comissariado ao Laboratório das Artes - uma estrutura jovem e dinâmica já com um
percurso e um papel locais relevantes, neste domínio.

Foram realizadas várias reuniões preparatórias, tendo em vista encontrar formas de abordagem, formatos e
critérios artísticos consensuais, no sentido de servirem os propósitos e as ideias com que iniciámos o projecto.
Nestes encontros tomámos a decisão de abandonar os conceitos e tópicos de enquadramento da primeira
exposição, assumindo plenamente uma ideia de colectivo e a recusa de compromissos, algo reflectido na escolha
do título da iniciativa. Assim, julgamos poder libertar os artistas de constrangimentos criativos, concedendo-lhes
um espaço de expressão e respiração da obra que, ao mesmo tempo, poderá favorecer o próprio projecto,
permitindo-lhe recriar-se permanentemente. Daí que o título da exposição se articule numa fórmula genérica e
pragmática: Guimarães Arte Contemporânea - 2011.














Após análise das propostas de cada uma das instituições envolvidas, procedeu-se à escolha dos artistas, a partir
de uma apresentação prévia do seu trabalho. Do conjunto de nomes em consideração, seleccionou-se uma lista
consensual e comparticipativa, cuja responsabilidade é imputada a todos os comissários. Tivemos, neste
processo, a preocupação de apresentar propostas artísticas diferentes entre si, nomeadamente a nível das
técnicas e dos materiais utilizados, tentando abarcar um espectro alargado de abordagens da prática artística
contemporânea (instalação, pintura, desenho, escultura,…). Deste modo, pretendemos contornar o perigo da
concorrência indesejável entre as obras, colocando os artistas num patamar de absoluta igualdade de
circunstâncias.

Um dos aspectos mais importantes desta exposição é o facto de proporcionar aos jovens talentos a possibilidade
de se organizar uma documentação e arquivo em catálogo de parte significativa da sua obra, oferecendo-lhes um
instrumento curricular e biográfico de valorização, passível de facilitar a circulação de informação. Além disso,
temos como objectivo divulgar o trabalho destes artistas que, apesar do espaço relevante que ocupam na arte
contemporânea portuguesa, são ainda insuficientemente conhecidos.

Resta-nos dizer que esta iniciativa deseja aprofundar os mecanismos de aproximação e reciprocidade entre os
vários agentes da cidade de Guimarães, contribuindo assim para a criação de uma dinâmica de relações,
experiências e confronto de perspectivas, obrigando-nos a mediações e dialécticas de compromissos criativos.
Acreditamos ser neste processo e neste fluxo de colaborações que se atrai público de proveniências diversas e se
geram novas leituras da realidade actual.






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